29 de agosto de 2008

"... pra que minha vida siga adiante"


Naquela noite eu tava caminhando para um lugar assim qualquer. Sem muitos devaneios, simplesmente não sabia e nem me importava onde que ia dar aquele caminho. Só fui. E indo eu entendi o por quê de dar passos. Entendi que a solidão é a verdade mais simples e que o medo é a paixão pelos desejos que se sobrepõe às angústias. Fico me olhando tranquilo como se entendesse as frases dessa conversa de botas batidas e sorriu em frente ao espelho que é o som da guitarra desenfreada, que é o caminho das imagens do outro, que sou eu.

E quando ele vai me dizendo essas coisas embaratinadas, me explica sem sentido o que não consigo ver em mim. Ele quer um mergulho e eu o dou sem contestar. Pelo menos um choro e uma alusão às expectativas a seguir. Sabe caminho? Uma flor? Tudo vai se completando com a destreza do ser e parto a compartir os laços desse amor com uma visão próspera a outrem: eu tenho um plano, ir além do que se vê. E sigo...

Sentado na poltrona eu ando. Eu te vejo sendo naquela tela e caminho sentando mesmo naquele lugar estático. Eu te ouço e é como saber que não estarei sozinho a sentir as pontuações de um manifesto. O ritmo potencializa o afago das sensações e ainda há que pensar em um lugar pra montar a escultura do prazer de se saber caminhando.

Seja de ventura a caminhar por um bloco do eu sozinho, aceito a condição.

Para o Los Hermanos, Moniquinha e minha emoção.
* trechos de músicas e nomes das músicas.