26 de fevereiro de 2010

Carnivália V


Um aporte e um mastro colorido, nada de novo com invenção. Uma estrada longa iluminada pela energia do gole. Um pulo característico e totalmente estranho, sem força, com ânimo. Uma particularidade bastante abrangente para que todo mundo se exiba nessa sua amostragem tão coletiva. Um mergulhar fatal e inofensivamente sensual. Uma interatividade ilimitada, consciente, distraída.

Nada de mais no mundo da carne afetada. Plumas e paetês com sabor de umbu-cajá docinho. E por baixo da saia justa do homem mais másculo, tímido desejo. Um oráculo teria afirmado que de alguma forma, não me interessa mais o real.

Pelo menos, há uma semana sem máscaras, sem aspas e com um prazer ligeiro.

Daí me deixei ser beijado em praça pública, ou melhor no meio da pista quando um caminhão atrás de mim queria passar. Deixei de ouvir todos os sons. Beijei e voltei a balançar o corpo como movimento uníssono. Todos faziam a mesma coisa em volta de mim, cada um de seu jeito. Beijei mesmo e não duvido de que eu não sou mais nada de mim depois do simples fato de que eu não preciso provar nada pra mim mesmo, como se criança voltasse a ser naqueles dias.

Ah! aquela semana sem máscara, no qual o desafio era se manter vivo e em troca imensidão de sabores estariam a disposição. Violento e saudável, como se a agressividade, o ódio recolhido também fosse o lugar das sensações como doce para os olhos de criança.

Depois de beijar, sim, subi no caminhão para ver se eu ainda estava alí. E estava. E o moço que veio de longe me disse, você alí, como os outros, é o chão suspenso, é a mágica. Por isso, estamos assumindo que por mais que não ame a vibração por liturgia, me absolvo no Chame Gente. Meu coração é igual!

Foto: Fernando Vivas :: A Tarde


Pelo meu bonito Carnaval, com uma linda visão do trio elétrico, esse carro que longe de oprimir, me redime e me religa! Esse manifesto de sensibilidade e nervos aflorados. Para os companheiros de publicação diária do Jornal, todos eles e elas. Para Ismael e para a querida e intensa Bruna. Para o amor e carinho que tenho pela timbaleira do meu amor, Lari. Para a parceira inteira, Celine. Para Larissa, Vinícius, Filipe... Para os ânimos bonitos de quem voltou. Para o sorriso sempre elegante de Raiça. Para a beleza estonteante de Mônica. Os abraços do querido Tiago Lima, o beijo saudoso de João Meirelles, o olhar gracioso de Camilo Fróes. As filas de Rick, Salim, San... Aos mais belos dos belos, pelas minhas lágrimas. Para Carlinhos, o Brown! Sim, Moraes, pra você que me fez sentir carne de Carnaval!

8 de fevereiro de 2010

...Clara


Clara aceitava a impáfia como obstinação era ela simpatia na sua lógica sem demolição de argumentos construia histórias de inverno com fitas vermelhas e pulava para espantar o tédio mas era frio, menina? - eu só quero saber de amanhã tem vaga? ela perguntaria se soubesse também assobiar pra chamar atenção. Eta, Clara imã de amores brutos era robusta para satisfazer aos homens de meia idade ou que falasse alemão pra ela ouvir filosofia barata e não entender, como hoje não entende em português. Quando crescer vai ser paisagista sem saber muito o motivo e agora estava parada espero o ouvir aglutinado de vozes e então ficava triste por besteira por ser fisgada mais uma vez pela música pop por não ter lido o clássico da intelectualidade moderna por saber a dança da moda antes de todos por ser Clara, mesmo preta mas disso ela se desligou, cansou! Registrou seu desentendimento com a sobriedade e não desvencilhou do cansaço como nobreza assim fazia arte, como criança aprontando (com) seu destino. E o que ela mais gostava, antes de tudo era três pontos de continuação