10 de setembro de 2006

novodenovo


Quando ele me fitou os olhos, com seu carinho dobrado de limites, acariciou me a face sem tocar-me. De certo tranqüilizava o sentimento de ternura apaziguando todos os vícios de qualquer ser, antes banal. Agora vibração! Ele monopolizou a minha forma de enxergar a liberdade. Seria o tal responsável pela escada imagética que me proponho a erguer. Para que uma escada? Subir para onde? Ele interpreta os motivos comuns de ampliar o ver. Mais do que isso, ele exercita o movimento de forma tão simples quanto acordar com sorriso cristalizador. Da sua pele – camélia – do seu sorriso – margarida – dos seus olhos – rosa – das tuas palavras – tulipas! São as flores de você que atiçam a necessidade de estar a guiar o resto do caminhar!

“Estranho mas já me sinto como um velho amigo seu” *

Alinhou os passos, alimentando a sensação de pertencimento... era praticamente incorrigível a calmaria que se apoderava dos gestos quando ele está por perto. Fica a história como a possibilidade de dar passos ao mar. Carnaval antecipado nos sonhos de criatividade. A brisa pulsante ludibriava a visão. Ilusão? Não pareceria tal devaneio ao soltar do abraço dado no fim. Saiba-se aqui que o fim é sempre a perspectiva de um novo início. O que mais enche os olhos até aqui? Ele é arte! Ou bem próximo com seu colorido!


“O que você precisa ?
se você precisar.
Uma margarida comum
um beijo ou um simples abraço
que é pra você lembrar de mim” **.


Qualquer transparência nessa órbita, não parece acidental. Tudo estava tão escrito quanto lhe parece cabível em qualquer sistema lógico. Irreversível contato. Parece que quando se alimenta a condição de materializar o que se pode conceber como desejo cria-se condições cabíveis de nunca saturar qualquer palavra de ligação. Conectividade, diferente de um ambiente de apenas aceitação do pensamento.

Eu cantei para tentar fazer da sua atenção uma possibilidade de encontro. Dito e certo. O meu canto nada foi mais que te atrair para um outro canto. Apenas mais um! Outro a mais para o seu desenvolvimento.

Andar... ficar atento às vibrações das pálpebras. Ao limiar de qualquer símbolo em palavra proparoxítona. Parece inevitável um conceito de instantaneidade do estar. É momentânea a sensação de estar próximo. Calcula-se o valor de quanto o tempo radicaliza a previsibilidade, “na real” apenas não deixo mais o seu polegar aparecer nas fotografias!

“Eu levo essa canção de amor dançante pra você lembrar de mim,
seu coração lembrar de mim
na confusão do dia-a-dia no sufoco de uma dúvida,
na dor de qualquer coisa
É só tocar essa balada de swing inabalável que é o oásis do amor
Eu vou dizendo na seqüência bem clichê
eu preciso de você” ***

O que dizer da importante atenção que destinas? O que dizer do colorido? Ainda percebe a insipiência da construção de nossos símbolos, mas carece de saber que há mais que concordância e amorosidades... Há a sensível e notória vontade de completude. Revelar os segredos dos medos. Abrir a porta para um outro mundo... rir das interpretações dos recados postados! E mais... é ainda tem mais...

Texto em homenagem a Marquinhos (xotoko)

Ilustração: Vânia Medeiros

* Trecho da música All Star de Nando Reis (na voz de Cássia Eller)

** Trecho da música Um Simples Abraço de Nando Reis

*** Trecho da música Balada do Amor Inabalável de Samuel Rosa / Fausto Fawcett


3 comentários:

Anônimo disse...

Seus textos são opulosidade pura! Enriquecem qualquer pessoa de sentimentos! Obrigado mesmo pelo texto! Tô adorandoooooooooo te conhecer mais também, viu? *-*

ps: e eu? será que eu me atrevo a escrever também... sobre meus amigos? vamos ver, né! antes eu fazia isso, mas tenho que voltar rsrsrs!

Ingrid Klinkby disse...

querido niltim,
um graaaaaaande abraço. agora estão linkados, os nossos espaços. quem sabe não se constrói um diálogo?
obrigada!!!

Valéria Vilas Bôas disse...

Bonito seu texto Niltom, muito. Gostei do seu blog também, vou passar aqui de vez em quando tá? Té.