2 de maio de 2015

Eu, desfeito em carmesim



Vermelho (um traço forte de azul piscando, quase roxo, quase cego de tão roxo). 

Vermelho de novo (longo vestígio de verde claro repousa num círculo que se abre até virar verde musgo). 

Mais vermelho (e toda tela não se sabia se laranja ou carmim, oscilando sempre). 

Tom de vermelhos (e o amarelo parece sangue escorrendo de um aparelho de televisão preto). 

Vermelho rubro (alguém cinza, muito cinza como a solidão de uma cidade). 

Batom borrado, vermelho. Perdendo identidade, vermelho sem graça (pequeno verme latino).

Vermelho final (marrom, quase liquido, quase nada, quase a morte).

Vermelho da cor do não te quero, vermelho rejeição.

Eu, rosa, pálido, furta-cor, ausente e branco.

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