14 de dezembro de 2006

Além de "palavras-cores"*

Eu estava do outro lado da rua. Tinha que passar. Olhei pro lado, para o outro. Movimento. Desconcentrei-me de minha missão. Não estava mais atento aquela realidade. Era só imaginação que controlava os meus sentidos. Estava muito feminina, mas não estava mais ali. Senti um esbarrão no meu corpo e voltei ao tom de meu objetivo. Aí já estava do outro lado da rua, tinha passado e nem me importei para que lado olhar. Nessa minha imagem criada tive movimento. Imagem e ação.




Do desenvolvimento se depende a satisfação de ser em contraposição do que não se pode ser. As escolhas imagéticas e relacionais criam barbas bem feitas ou um aumento substantivo na vermelhidão que envolve o caminho a seguir. Místico. Talvez na se entenda quanto de procedimento de segurança os limitem, porém, mais que concreto a evolução é imaginativa e de repente tudo vai se transformando. Inclusive o que se entende por “eu”. É tudo muito certeiro, o que sempre muda é a percepção das dúvidas. E nada mais tem valor de verdade, no fim só eu.





Para Dan


Fios cobrem aquele rosto. Muito tênue sua límpida posição. Tudo tão pragmático quanto sentido. Tudo bem articulado. Ele caminha a passos de desconstrução e outras inteligências. Constrói mundo que lhe cabe e também o que extrapola a sua visão. Ele em grandeza é maior do que pode se ver. E quando abraça acolhe de tal forma que sensibiliza. Aconchego, ele é mais mágico que sua própria existência e cativa!







Ilustrações: Vânia Medeiros

* Esses textos junto com as imagens fazem parte da exposição "Palavras-Cores" que foi lançada na noite Multiarte da Zauber no dia 09/12. A exposição conta com imagens de Vânia Medeiros e com textos meus. Esses textos e essas imagens estão na exposição original, mas não foram impressas. Por isso estão aqui exclusivamente aqui no blog. Para ver a exposição que foi impressa vá no blog "palavras-cores".

4 comentários:

Anônimo disse...

tenho sorte...
com essas coisas da vida.

com estes atropelos.

f.

Unknown disse...

Vim aqui me perder entre seus textos bonitos, Niltim!

Anônimo disse...

"Era só imaginação que controlava os meus sentidos." É a mais poética descrição de um delírio que eu já vi. Lindo.

Raiça Bomfim disse...

Saudade de suas cores, de suas palavras...