19 de junho de 2015

Fabulosas Iscas do Futuro #2015.2 [ou antítese no limite]



A afirmação de que há vontades inconfessáveis, aniquila qualquer paz. Ora, não há vida morna com desejos rompantes, como se o próprio caminho fossem linhas tênues de qualquer literatura impetuosa e cheia de ápices incoerentes e pungentes. Como se fossem mapas sinuosos de um território chamado memória, cartografias de sensações fixadas em espasmos acentuados.

A prerrogativa que conforta é de que a estrada a ser percorrida tem pontos de paradas que remetem sempre a qualquer parte complementar de si. Daí a invenção de não ser quem se é amanhã pra reinventar um passado faz mais sentido do que um colonizar o presente para estar, simplesmente. 

Há uma falácia em curso, a ideia de que nunca foi tão complexa a identidade criada pra si. Já que desde sempre nunca mesmo soube me dar diretrizes quaisquer para os passos instáveis que poderia forjar. 

Não era qualquer um a essa altura, mas também faltava uma referência. Conexões possíveis para moldar afetos intangíveis. Simples: o amor é feito de vícios rebeldes que compreende desde o súbito querer bem até o apego pelos detalhes da vida tecida a mão. Marcas singelas de uma veste que cobre os mesmos vazios, desde sempre.

E então, como parte de um protesto de humanização dos patrimônios, a rua viva é o meu próprio corpo, mesmo em distração, mesmo estanque.

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