30 de agosto de 2015

Noites [ou Noites de Bethânia]




Em pensamento grosseiro

A paisagem arbustiva se corrói
Parte de um limite de ser
Dentro de uma alegria de estar
Virado no momento de sensatez
Ancorado na vicissitude de sentir.

Ora, não sou eu quem sei de mim?
Por que, então descontrolo sensações
quando o passo é atravessado pelo desejo
que sinto de te ter por perto?

Atirado na prática cotidiana
Subtraio por instantes as colinas de fumaça
que definem horizontes abstratos.
E quando da presença da beleza em luz
Rasgo-me o peito
Pra não te responder nem com olhar

Desço as escadas pra fugir de mim
E lá está outro você
De surpresa pra me avisar que há mais sombras
que estrelas a seguir
Cabeça baixa em medo e reverência
Ao te ver passar

E então, no meu mundo
Em pensamento delicado
Tenho acolhido o universo em desalinho
E a tristeza vira beleza ao redor!
Ancorado na vicissitude de sentir
Virado no momento de sensatez
Dentro de uma alegria de estar
Parte de um limite de ser.

Ilustração: Vânia Medeiros
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