17 de agosto de 2009

carta de amor assinada



Santiago, Chile.
25 de maio de 2013.

Meu querido aprendiz,

ando muito por essas noites, comentando fatos livremente. Embora soubesse de mim andante, ainda precisva encarar o fato de que o caminhar não siginifcaria muito sem que viesse consigo a produção dos passos que deixaria legado. E seria total absurdo destinar o momento lírico para qualquer sentimento. Já diria o poeta que a emoção vem depois da palavra escrita e nela contida sem esmero. Portanto, NÃO PROCURO MAIS A BELEZA. Não me faz sentido o bem fazer. O exercício por si só nesse momento é igual ao que poderíamos convocar como sinceridade, esta a única possibilidade de ascensão espiritual. O experimentar como o próprio caminho, a rigidez como a mecânica do dar passos, a árdua e voraz missão de andar.

POIS QUE SE INSTALE A SENSAÇÃO como prática do meu processo criativo. Que o tato me guie pela compreensão das minhas argurias na vontade de expressar com traços uniformes e divergências de cores o que aparecer no papel em branco.

A desformidade é o que me excita no dia de hoje. Já que não posso prever nas minhas células o que me congrega de experiência no estado/tempo de amanhã. Quando vejo paisagens construída com esmero não me significa tanto quanto quando percebo a proeficiência na arte que se tem a dizer arduamente. É como se fizesse parte do meu esquema de sentido ter prazer com aquilo que em minha visão/paladar/audição rui em desagravo com a certeza absoluta ou a imedieata decifração.

Inexiste em minha agora visão de mundo a CONSTRUÇÃO ERETA DE INTELIGÊNCIA, mas sim há a desconstrução de ligações frágeis de conceitos, já que se proliferam imagens em detrimento de criatividade. Mas as imagens existem em liberdade e elas que se renovem em sua habilidade de compensar o vazio.



Já que eu tenho o que dizer, falarei somente pelo silêncio. E nada fique dito por dito. Se minha arte é a minha salvação, minha raiva desmascarada, minha ousadia de não ser, minha ILUSÃO secreta. Então, minha arte é o meu exato não entendimento.

Com carinho,
Ela.
P.S - se a palavra perfeição povoar indexamente essa carta ou lhe parecer próxima, me perdoe, estava com sono e nem fiz revisão antes de enviar-te.

Ilustrações: Hannap e Rebecca Budde

6 comentários:

A Outra disse...

*silêncio*





bjs!

Luigi Piccolo disse...

Eu vivo em busca da palavra certa e seus efeitos, como uma receita de bolo... =(

Franklin Marques disse...

vivências novas... acho que deixar-se surgir é um desafio.
besos

Eliana Mara Chiossi disse...

Arte: tensão constante entre entender e não entender nada!

Raiça Bomfim disse...

Recebi-a e a guardei sem dizer nada...

Andrey Oreszco disse...

Boa reflexão. E viva o Falsificacionismo.