20 de agosto de 2012

Fabulosas Iscas do Futuro #2012

Audaciosa. Nem esse adjetivo pode aferir tamanha arrogância e alguns até dirão prepotência por parte daquela pessoa. Dito isso, podemos seguir em frente com sua descrição. Ela era impositora de um elevado desbunde não pela proeza no andar, no passear tacitamente pelos lugares de pedra cotidianos; também não se pode dizer apenas que sua astucia se daria pela proeminência de sua rigorosa predisposição para a crítica do que lhe era desproporcional no mais comum; ela detinha a vigorosa propulsão do poder, invejada por praticamente todos, por que tinha um RABO!

É isso mesmo. Ela tinha um RABO, uma cauda, uma extensão de si mesmo, ou o que queira chamar aquele filete descomunal que que se desenrolava de tuas ancas. Olhando bem, com aquela enorme cauda, difícil era identificar como ela, já que um homem evoluído sempre quisera ter um RABO pra se distinguir dos demais. E isso desde sempre. Não era rainha quem usava um enorme tecido para atronar um império, era ele. O que confunde é que até hoje, ela usa cauda pra ser distintas das solteiras, geralmente, na hora de tornar-se esposa.

Porém, voltemos ao que é principal. Ele tinha um RABO. E era tão escandaloso que os olhares eram atentos passo a passo que dava. O principal a dizer era que a cauda era mais um membro do seu corpo e isso lhe dava poderes para controlar seus movimentos em conjunto com os demais membros que tinha. Então, ao andar, o RABO passeava insolente pelos caminhos por ela desfilado. E com maestria repousava quando de sua parada. 

Ferramente de ousadia e beleza, o RABO o servia como uma espécie de captador de olhares atentos. Mais de desejo do que de curiosidade. E assim era pela rua, quando a pessoa que o tinha conseguia quebrar obstáculos com a força de uma cauda nobre e certeira. Ah! ter uma cauda era encantador. Objeto de ternura e de estranheza ao mesmo tempo. Pari passo, devastador. Não haveria uma outra criatura com tal poder senão esta que desfilava em praça pública um RABO. Cooptava até os corações mais fanáticos pela desfalecência das hierarquias, já que também estes gostariam de tal façanha.

E o que era a cauda, vista do ângulo solene da destemperança? Era o RABO, uma esperança de um apuro da revisita do ser humano à cordialidade intensa. E então, continuava aquele ente a rodar mundo com sua magnitude cabalística. Um homem em uma mulher e seu RABO.

para Vânia Medeiros

Ilustração: Vânia Medeiros*

 *assim que ela o fizer

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