24 de novembro de 2014

De estar no caminho desperto*



Saí por aí pra fazer sentido

Os lugares se apresentavam possíveis
O caminho era fascinante
Tudo tinha um porém,
Mas se encaixava no fato certeiro
Um objetivo claro
Que mobilizava pelas escolhas feitas.

Era noite e eu saia
Andava com esperança 
Surrupiava silêncios
Condicionava os passos
Me debrucei por sortilégios
Dizeres sofisticados
Na busca de um rompante

Me mobilizei pelas ladeiras
Famosas insinuantes que são
Rondando tambores ancestrais
Como se flor fosse!
Não tinha menino imaginário, nem girafas,
Mas ampliei a busca, agora nos sonhos
Um horizonte estampado
Um espaço imaginário e tátil

Comi as entranhas
Minhas origens, minhas buscas
Fantasia apimentada
Sempre em boa companhia
Satisfazendo o corpo em anseio
Provocando a alma de desejos

Andei sobre as pedras do lugar
Desorganizadas e convocadoras
Cheias de novas descobertas
Reluzentes de curiosidades 
Pleiteei sambas orquestrados lá no alto
Rodas dançantes lá embaixo
Descambando em café de baile

Talvez por desejo ou coisa igual
A imaginação do rosto estava em vários
A sensação do toque perseguia
A busca me agendou a alma
Mas, no final, não tinha você.

*Trecho da música Martelo Bigorna de Lenine

Nenhum comentário: