18 de novembro de 2007

Pra declarar minha saudade!


Parte III - arrumando a casa

A verdade é que os limites do desejo não eram impassiveis de medos sutis ou de sensação de prazer no mistério. Qualquer coisa que pudesse ser sinal, vento passando diferente, música tocando na vitrola, indicação do horóscopo por email, tudo o chamava atenção pela expectativa. Parecia que ainda faltava-lhe arrumação, mas arrumação dos sentimentos, da forma de agir e ser. Ia tentando organizar concomitantemente como o fazia com os objetos da casa. Pensava sempre na criação como parte de um ritual simbólico do encontro. "falta pouco", pensava. E se entusiasmava com o cheiro bom que exalava.

alimentava os passaros da imaginação, bichos de estimação da fantasia. Bailando pela casa por que assim o sabia fazer para neutralizar os ânimos. Cantar no microfone imaginário, rabiscar pedaços ligeiros de papel, ensaiar a recepção.

Depois de recitar sonetos de amor de Neruda para si mesmo, acolheu em seu colo as caricias sonhadas. Pegou carteira, chaves, mp3 e celular e foi andar...

Foto: Ingrid Klinkby

3 comentários:

I disse...

que honra(pela foto)... adorei o texto. me identifiquei com as linhas de "arrumando a casa".

Franklin Marques disse...

quase um: estou limpando a casa, entenda essa como corpo. ou um: que venha novas emoções.

Larissa Santiago disse...

nessas horas de expectativa tudo conspiraa....
ahhhhhh, coincidenciass!!