25 de março de 2012

Dos vícios e outros caminhos...



E andou mais alguns minutos de espaço certo que curado de desatenção, certo de que experiente em desilusão, escolheria tal caminho de não olhar as paisagens mesmo rasgadas. Vultos expressionistas que sempre o encantara. Mesmo concordando da não existência de antídoto, decidiu continuar, inclusive por não ter coragem alguma de desistir. Estava mais forte, tinha trabalho a realizar, cortar as arestas, preparar os pés, embelezar o caminho com as pegadas sincronizadas moldando o chão de terra.

Era mentira. Era uma verdade tão incólume que parecia real. Tão ilógico. Então, encantado com uma nova visão, querendo deixar a estrada solitária, embarcou na corrente sombria e iluminada ao mesmo tempo. Em princípio a esperança o inspirava visão de cores atraentes. 

Mas era simples olhar pra trás e perceber que construíra um falso trajeto, daqueles que só existe em imaginação.

A paisagem continuava lá, inalcançável, pelo menos pra ele, identificado por ele mesmo como um tal sem possibilidade de rumar outras vias. E sim, sedimentado em razão, sabia que tinha que sublimar o amor como paisagem, era algo a se fazer a duo e ele não conseguia ser mais do que um só. 

Perdia o fatalismo para encontrar os velhos trabalhos naquela antiga estrada que pelo menos o fazia caminhar em alguma direção. Mais arestas pra cortar, mais respeito aos pés, mais caminho pra embelezar por si.

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