24 de janeiro de 2012

caminhada pela estrada da solitude


... Foi quando ele disse: "um dia você pode até merecer" e estava tudo obscuro. Inacessível era talvez a palavra que conseguisse explicar. A facilmente abalável estrutura daquele que fingia auto-estima, desaguou num mar absolutamente poluído de desaventuras.

O que ele queria falar era óbvio. Por você não há o ter desejo, há no máximo a desavença, o desenlace, a não simpatia. Nem reto, nem delicado, não está no meio de nenhum e assim não comporta nem solidariedade no seu traço. Enquanto se acha literalmente interessante, a resposta única que se pode te dar é a invisibilidade.

"Você não entendeu? virei o rosto quando você passou, pela ojeriza que me dá do pensamento de encarar seu rosto, há algum de impuro nessa sua alma vã e para além disso, nem beleza pode assumir como endêmica, endógena ou não", disse categoricamente, o outro amancebado do seu desejo oportuno.

Perguntou para si o motivo de continuar a estrada sem desafio, mas preferiu ocupar a mente. Dormiu tarde, para acordar cedo e, se possível, não pensar debaixo desse sol. E o verão, para ele, foi firme: "ileso não passarás, entenderá de uma vez por todas que o outro não tem lugar para um tal que é você".

Nenhum comentário: