22 de janeiro de 2012

(des) Oriente à Solidão


Arriscou convocar meias palavras de contexto, contar meias mentiras, ler meios pensamentos e ainda assim parecia desconfortável. Inquieto, inseguro. Comentou três ou quatro firulas a mais como em um sonho desconcertante. Fantasia lisonjeira, efêmera, caricata. E ainda sim, sorrateira e devastadora, a interação não aleijou os pensamentos dele, conferiu um por um.

Dois vícios de linguagem - aliás, a linguagem em si estava exaurida, amontoada de possibilidades, de significados torpes, de consideráveis abusos dialéticos - o eufemismo exacerbado e o uso de interjeições para a um diálogo simples.

Irreversível, tinha que continuar sua epopéia desvairada: o outro!

- Isso não pode ser paixão, pensou pestanejando! Qualquer coisa de absurdo estava no porvir e ele não tem potencial para lavrar-se reflexivo de utopias. Então, que assine a discórdia de desejos e que a dor desoriente a solidão.

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